História

Nossa História

Em 1924, fugindo de uma Alemanha repressora, Stephan Rohn veio para o Brasil trazendo consigo a família.

A primeira idéia era instar-se na Argentina, mas foi convencido a vir para a região de São paulo que hoje é chamada de Barueri. Amigos da Moura Schwark, uma construtora alemã que na época acabara de vir para o Brasil, trouxeram informações sobre uma terra próspera, isolada do movimento da capital e que teria as condições ideais para o cultivo de plantas ornamentais. Doutorado em Botânica e Mestrado em Meteorologia pela Universidade de Leipzig, Stephan fez a análise da região e concluiu que a escolha seria boa.

Assim se iniciou a Chacará Flora Rohn.
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Um começo difícil

No início, apenas cuidando de animais, Stephan enfrentou, em 1939, um processo movido pela Cúria Metropolitana que disputava a posse da terra. Desgostoso, preparou-se para voltar à Europa. A guerra interferiu novamente em sua vida e Stephan, a mulher e os filhos não tiveram outra alternativa, enfrentaram os religiosos na justiça para garantirem suas terras. Ajudados por amigos advogados, obviamente descendentes de Alemães, chegaram até a última estância no julgamento, na época, foram a capital do país, o Estado da Guanabara, para o que seria a última audiência. O resultado foi surpreendente, foi comprovado que a Cúria Metropolitana havia falsificado as documentações de propriedade da terra, afim de se apossar das terras de Stephan. Após este episódio, coitado do padre católico que se aproximasse desta família de protestantes, a recepção seria bastante "calorosa".

Roseiras foram as primeiras plantas que cultivou com sucesso. Em 1954, Guilherme Rohn, o filho mais velho, conseguiu dinheiro hipotecando as terras e construiu as primeiras estufas.

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Sustentabilidade na década de 50


No ano de 1954, quando construiu as primeiras estufas, Guilherme Rohn já havia embutido em seus pensamentos a preocupação com o que chamamos hoje de "sustentabilidade".

Suas estufas foram construídas e projetadas de forma que se pudesse fazer utilização da água da chuva. Através de calhas fazia a captação da água para os tanques de armazenamento construídos estrategicamente. Desta forma,  teria uma reserva de água para a rega das estufas nos períodos de estiagem. Com uma ressalva, a primeira água da chuva, que viesse logo após um grande período de seca, era descartada por conta acidez. Mais que isso, teve o cuidado de colocar peixes nestes tanques para que estes comessem as  larvas de mosquitos que se formariam na água, não tendo assim um ambiente propício para o desenvolvimento dos mosquitos.

A tal da sustentabilidade, tão em moda nos dias atuais, já fazia parte do pensamento da família Rohn na década de 50.

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Garimpando o mercado de plantas ornamentais

O término da montagem de toda a área de produção de plantas ornamentais, inclusive as estufas, que acabaram por totalizar 7 galpões, ocorreu em meados da década de 60.

A produção de rosas era distibuída nas floriculturas da capital por Érico Rohn e Alfredo Rohn. Segundo Érico Rohn, no início se fazia a entrega logo pela manhã, antes de irem para a escola Visconde de Porto Seguro, deixavam os maços de rosas nas portas das floriculturas com um romaneio mencionando quantidade e valores.

O tempo passou e logo Érico Rohn atingiu a maioridade, o gosto pelas plantas ornamentais que havia adquirido através dos tempos e da cultura familiar, tornou-se parte integrante de seu cotidiano. Entrou de cabeça no negócio. Não havendo no Brasil uma faculdade de Botânica, decidiu se concentrar nos livros do Avô Stephan. Leu tudo o que podia sobre plantas ornamentais e orquídeas, associou-se a Associação Orquidófila de São Paulo, com sede na Líbero Badaró, tornou-se especialista em orquídeas.

As vendas de rosas prosperaram e logo já realizavam a distribuição para outras regiões do país. Não havia CEASA, logo a Flora Rohn desempenhava o papel de um dos maiores distribuidores de plantas Ornamentais do País. Caminhões do sul e centro-oeste saíam carregados de suas plantas.



Um comentário:

  1. Olá,
    Fiquei muito admirada de saber que naquela década já falsificavam documentos de propriedade de terra.
    Quanto à Chácara Flora Rohn, espero que o Sr. Érico consiga ajuda para que o legado não seja extinto.
    Abraço.

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